quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

primeiros, com muito amor.

10-12-2008
FC Porto vs Arsenal

Vitória curta, sorrisos longos
Dois golos foram pouco, mas, ainda assim, o suficiente para desenhar largos sorrisos. Sobretudo pelos outros que ficaram por marcar e pela sublime facilidade com que o F.C. Porto ameaçava construir um resultado histórico a cada aceleração. Mas para a História ficou algo muito mais relevante do que os números; ficou o primeiro lugar do tricampeão português no Grupo G, depois de o afastamento portista ter sido repetidamente profetizado. E isto, sim, é uma bela vingança.
Uma estratégia descomplexada, indiferente aos milhões que separam orçamentos, e especialmente alicerçada nas potencialidades portistas, produziram algo mais do que o equilíbrio. Na prensa de Wenger, ágil na redução do espaço jogável e na multiplicação do erro, o F.C. Porto foi desenhando a vantagem num misto difícil de gerir e até de harmonizar: ávido na aproximação à baliza de Almunia, sóbrio na produção do desequilíbrio, do instante preciso para desferir o ataque.
Da elaboração paciente surgiu, por exemplo, a explosão de Hulk. Dela nasceu a falta e o livre de Bruno Alves, que Almunia segurou com dificuldade. Na conjugação das mesmas premissas, brotou ainda o remate de Lucho, em novo esboço daquilo que o campeão português anunciava na firmeza de cada iniciativa.
O golo voltaria a ser prenunciado, então por Lisandro e Meireles, antes de Bruno Alves surgir, bem no alto, imponente e imparável, a cabecear sem defesa perante o olhar esmagado de Almunia, que pouco antes parara um remate com o peito, sem saber exactamente como nem por quê.
O intervalo, que chegou pouco depois, deveria alterar feições e ritmo de jogo, mas só o segundo golo portista o conseguiria, porque a reacção do Arsenal não passou a condição de ensaio breve e inconsequente. O afluxo atacante ganhara a configuração de sentido único e obrigatório, reflexo claro de uma superioridade portista inquestionável, acabada de conquistar outra dimensão no apelo da velocidade e nos ziguezagues de Hulk, Lisandro e Rodríguez, preparados pelos momentos de transição e ruptura de Lucho, Raul e Fernando.
A inesgotável persistência do Dragão redescobriu atractivos, despertou «olés» da bancada, rendida à excelência da exibição, e saldou dívidas com o jogo de Londres. Não na reprodução fiel dos números, parcos e pouco coerentes com a diferenças cavadas no relvado do Dragão, mas também pelos muitos golos que, não acontecendo, deveriam ter marcado distâncias. O F.C. Porto foi muito melhor do que o Arsenal. Por isso, foi também o primeiro do grupo.

(in: fcporto.pt)

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