segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

feliz cumple :')


vendo em retrospectiva, eu só sei que não podia sequer imaginar tudo aquilo em que te ias tornar, para mim. porque sim, uma coisa eu sabia e não tive dúvidas, desde o primeiro dia: era um senhor jogador que estava ali à minha frente. que respirava classe e elegância, que brilhava, mas acima de tudo fazia os outros brilhar. que tornava fácil, o que não é assim tão facil, garanto-vos. porque afinal se fosse, todos o faziam. a simplicidade, a convicção, a segurança e naturalidade com que ele andava por ali, a ditar o compasso, a jogar e a fazer jogar, com uma calma e entrega sem fim. parecia que o fazia há anos, mas no entanto, tinha acabado de chegar, com estatuto de craque, é verdade. campeão olímpico, idolo no River. mas seria suposto haver uma fase de adaptação, não muito grande, porque os grandes jogadores jogam bem em qualquer lado, mas por mais pequenina que fosse. só que não houve, foi chegar, ver e vencer. e render os portistas, não só, mas sobretudo quem gosta de futebol, aos encantos de um argentino, com ar de indiozinho, com uns pés e uma cabeça muito acima da média, e um carácter e uma humildade ainda mais fascinantes (e cada vez mais raros também, hoje em dia, diga-se). ele falava à campeão, e falava à campeão porque ele próprio era (e é) um campeão. mas não deixava de ter os pés bem assentes na terra, não deixava de respeitar quem quer que fosse, não deixava de dizer o que pensava, nem nunca teve medo de mostrar o que sentia. «os homens não choram», quem é que disse? porque é que eles não hão-de chorar quando lhes roubam sonhos? e lembro-me assim de repente, champions, schalke 04. eliminação da Argentina no mundial. mundial esse, que não podia ter começado pior, para ele. jogo com a sérvia, com a sérvia do meu pequenino, e 16 minutos depois, uma maldita lesão parecia ter acabado com o sonho. é que ninguém merece uma coisa dessas, mas ele, ele não merece mesmo! só que não acabou, e nos quartos de final, lá estava ele (ultrapassado mais um obstáculo, a fazer aquilo que ele nem sequer precisa de dizer, porque está escrito por todos os lados, que o faz mais feliz, e que o orgulha como muito poucas coisas) a representar a selecção mais bonita do mundo. o desfecho é que era completamente escusado. a Argentina fartou-se de jogar, e era, sem dúvida alguma, a única vencedora justa daquele jogo. mas quem é que disse que o futebol é justo? e nesse dia, a única máxima que prevaleceu foi mesmo «o futebol são onze contra onze, e no fim, ganha a Alemanha» para mal dos nossos pecados. mas não falemos de coisas tristes, porque afinal, o dia é dele, e é o dia mais bonito. eu lembro-me, não como se fosse hoje, mas o suficiente, da primeira vez, em que no Dragão, lado a lado com o meu pai, como não poderia deixar de ser, nos rendemos de vez, os dois (e arrisco dizer, uns quantos mais), ao Senhor Lucho González. era impossível não o fazer. afinal, ele enchia o campo, saía-se com passes de génio, uns atrás dos outros, recuperava bolas, rematava (o que é que se podia pedir mais?). era contagiante, ponto final. os elogios seguiam-se, uns atrás dos outros. ao ritmo dos golos, dos festejos mais bonitos (pelo significado ainda mais bonito), das assistências, das exibições brilhantes, e das declarações sempre certas. era acima de tudo, uma atitude e uma postura muito distinta, e diferente de tudo aquilo que até aí eu tinha visto. para melhor, claro. e o tempo, só veio confirmar tudo aquilo que eu já sabia.
e olha, eu não sei o que dizer... (ninguém diria, tendo em conta o testamento xD) até porque depois de todos os sorrisos e de toda a força, que mesmo sem saberes, já tantas vezes me deste, não há nada que eu possa dizer que vá fazer com que tu, ou alguém, perceba a tua verdadeira dimensão. mas muitos parabéns, pelos 28 anos, de luta, de sonhos, de sorrisos, de lágrimas, de conquistas, mas parabéns essencialmente pelo homem que és. e obrigada por toda a dedicação, desde o primeiro dia, de dragão ao peito. uma casa que nunca te vai esquecer, porque fazes parte da nossa história, por tudo o que já nos deste e continuas a dar, e por seres um dos melhores que algum dia vestiu as nossas cores, todos os portistas te trazem no coração. e hoje, como em tantos outros dias, aplaudem-te de pé. porque é uma honra muito grande ter-te connosco, nunca duvides disso. e eu acho que falo por todos ao dizer que desejo que sejas muito feliz, que alcances todos os teus sonhos, e que nunca te esqueças, «impossible is nothing» muito menos para pessoas como tu.
eu tenho muito orgulho em ti, como em ninguém!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

ano novo, velhos líderes


O F.C. Porto estreou-se em 2009 a fazer o que mais gosta e melhor conhece. Os Tricampeões Nacionais ganharam ao Nacional por 2-4, no Estádio da Madeira, regressando desta forma aos triunfos e retomando uma série de nove vitórias consecutivas, que apenas se viu interrompida por um empate frente ao Marítimo, no último desafio realizado em 2008. Decidida a não permitir que os desenlaces da época passada contra o Nacional se repetissem, a equipa de Jesualdo Ferreira irrompeu destemida no encontro deste domingo, com Lisandro a enviar uma bola à barra, logo aos três minutos. O avançado recebeu o esférico do compatriota Lucho, dominou de peito, e rematou, convicto, com o pé esquerdo, esbarrando a sua determinação no ferro da baliza contrária. Cientes da importância do desafio para as aspirações do clube no campeonato, os jogadores azuis e brancos continuaram a afirmar-se, mas acabariam por sofrer um golo, perto do quarto de hora da partida, num lance de tremenda infelicidade. O remate de Edson Sitta sofreu um desvio imprevisto, que traiu o guarda-redes Helton e, contra a corrente do jogo, colocou os insulares em vantagem. Resume-se assim, de resto, a história da primeira parte do encontro. Apesar de o F.C. Porto ter construído jogadas atrás de jogadas (destaque para uma arrancada brilhante de Rodríguez pela esquerda, aos 27 minutos, que só não deu golo porque Bracalli travou o esférico pontapeado por Lucho), foi o Nacional que, sem material de qualidade, ergueu o primeiro alicerce da partida. Muito pouco, contudo, para oferecer consistência a um resultado que viria, naturalmente, a alterar-se até ao final.
Os Dragões voltaram do intervalo ainda mais ofensivos e encostaram, ao longo de praticamente toda a etapa complementar, o Nacional à sua área, pressionando de tal forma, que o golo apareceria bem cedo, na sequência de uma excelente iniciativa de Lisandro. O nº 9 procurou a melhor posição, atirou à baliza de Bracalli, o guardião afastou a bola e esta sobrou para Hulk, que não perdoou. Estava restabelecida a igualdade, mas subsistia a falta de justiça no marcador, imposta, aos 72 minutos, por Rodríguez, no seguimento de um dos golos mais bonitos – se não o mais bonito – desta temporada. Após cruzamento do recém-lançado Guarin, o nº 10 desferiu, de costas para a baliza, num gesto semelhante a um pontapé de bicicleta, um remate monumental com o pé esquerdo, que deixou todos boquiabertos no estádio, incluindo os da casa. Não era para menos. E quando parecia que a supremacia do F.C. Porto não mais sofreria contestação, eis que Miguel Fidalgo empatou para o Nacional. O lance surgiu, mais uma vez, fortuitamente e obrigou os visitantes a remarem novamente contra a maré. A tarefa complicou-se, muito por responsabilidade de Bracalli, que pretendeu assumir-se como o homem do jogo, mas esse papel encontrava-se reservado para os senhores que vestiam de azul. Todos foram determinantes para o desfecho do encontro, que conheceu contornos decisivos já em cima dos 90 minutos. O defesa Felipe Lopes interceptou com a mão, dentro da sua grande área, um remate de Guarin e o árbitro assinalou, logicamente, grande penalidade. Lucho converteu, de maneira exímia. Houve tempo ainda para mais um golo dos Tricampeões Nacionais. Hulk, depois de sentar um adversário, bisou e fechou as contas da partida, conferindo expressão a um resultado que, pelo que se viu no interior das quatro linhas, jamais podia ter sido diferente.

(in: fc porto)