sexta-feira, 17 de abril de 2009

lesão de Lucho obriga a intervenção cirúrgica

O F.C. Porto confirmou, ao final da noite desta quinta-feira, que Lucho González foi submetido a uma intervenção cirúrgica ao menisco do joelho esquerdo, mas não adianta prazos para o médio argentino voltar à acção, adiantando apenas que o processo de recuperação começa já esta sexta-feira.
Segundo se lê num comunicado no site oficial do clube, o capitão dos dragões foi submetido a uma «meniscectomia parcial do joelho esquerdo», conduzida pelo doutor José Carlos Noronha, que decorreu «conforme planeado».
O Maisfutebol sabe que a operação realizou-se no Hospital Trindade e que o departamento clínico do F.C. Porto esteve em contacto com o responsável da selecção da Argentina, Donatti Villani. No entanto, segundo o assessor da federação da argentina, Ernesto Bialu, o clube ainda não transmitiu qualquer informação oficial.
«Lamentamos profundamente o que se passou com Lucho. Estávamos muito preocupados, esperamos que agora que, nos próximos dias, o nosso departamento clínico receba, via internet, um diagnóstico completo. Não é urgente, é uma questão que tem de ser resolvida em Portugal, mas esperamos ser informados», adiantou.
Apesar do clube não mencionar datas para a recuperação, esta, tendo em conta o tipo de intervenção a que o jogador foi sujeito, não deverá ser inferior a quatro/cinco semanas, ficando ainda em aberto a possibilidade, embora longínqua, de Lucho recuperar a tempo de jogar a final da Taça de Portugal, marcada para 31 de Maio, caso a equipa de Jesualdo confirme a qualificação para o decisivo jogo do Jamor na próxima quarta-feira.

(in: maisfutebol)

pro ano há mais

F.C. Porto-Manchester United, 0-1

Não terminou. A aventura para Campeões sofreu apenas uma interrupção. Abrupta, é certo, e especialmente dolorosa, sobretudo em face do que os Dragões produziram em Manchester. Severa, a soma das duas mãos desvia irremediavelmente os Dragões dos caminhos que vão dar a Roma, mas não os afasta da mais dourada rota europeia, a retomar em breve. Porque, para o «ano», haverá certamente mais. E isso não é para todos.
Com os opositores determinados, seguros da exigência e dos requisitos do encontro, o preâmbulo de encaixe, iniciado em Old Trafford, foi liminarmente dispensado no Dragão. Hulk desenhou a primeira ameaça, na transformação de um livre, pouco antes de Cristiano Ronaldo fazer o golo do nada. Aos seis minutos, o jogo estava lançado. No primeiro dos dois remates do Manchester United à baliza ao longo de toda a primeira parte.
Em seis minutos, o FC Porto dava por si em desvantagem na partida e na eliminatória, que já não lhe fizera justiça em Inglaterra. Reagiu. Recompondo-se primeiro e respondendo depois. Pouco depois, com Bruno Alves a errar o alvo por uma nesga, que frustrou os cálculos de intensidade e colocação quando da cobrança de um livre directo.
Novo golpe condicionaria a abordagem inicial dos Dragões na lesão de Lucho, que, antes da substituição forçada e da consequente revisão de planos, assistiu Lisandro para o remate à meia volta, que reaproximou o campeão português do empate, resultado que se fez anunciar até ao último suspiro do encontro, sob as mais variadas formas.
Sapunaru, num remate cruzado, Bruno Alves e Rolando (agarrado por O’Shea, com Van der Sar fora do lance), ambos de cabeça, Raul Meireles, de fora da área, e Lisandro, na emenda que chegara a parecer perfeita a cruzamento de Mariano, mantiveram a defesa do United em sobressalto e resumiram, então, o jogo inglês a um longo exercício de contra-ataque, sem, no entanto, reverterem a eliminatória a favor do F.C. Porto e rectificarem o resultado da primeira mão, lisonjeiro para os de Manchester e curto para a magia azul e branca, que fizera do Teatro dos Sonhos um espaço de pesadelo britânico.

quartos de final

Manchester United-F.C. Porto, 2-2

Super-heróis

A história também pode ser escrita aos quadradinhos, em álbuns de banda desenhada que costumam destacar super-heróis e as suas façanhas numa luta dos bons contra os maus talhada para finais felizes. O que se passou esta terça-feira em Old Trafford foi uma aventura de um grupo fantástico. E quando os ingleses falavam em Hulk, a Marvel ganhou mais 13 nomes para o seu portfolio de imortais. Em casa do campeão da Europa e do Mundo, o F.C. Porto foi absolutamente… incrível. E até podia ter triunfado. To be continued…

Primeira parte ao nível do Teatro. De sonho. Tal como em Madrid, tal como gosta, à imagem de um conquistador, o F.C. Porto entrou com todo em Manchester. Lisandro ameaçou aos dois minutos, Rodríguez fez magia pouco depois, sem que Van der Sar, dessa vez, pudesse cancelar a euforia azul e branca. Estádio em silêncio, United em sentido.
Jogo entre as duas equipas com mais presenças na UEFA Champions League, confronto de argumentos financeiros divergentes. Estes dados, todavia, não têm acesso às quatro linhas e, no relvado, ganha quem joga mais, quem se supera, quem tem ambição e é predestinado. E o F.C. Porto é isto tudo e também um caso de sucesso. É por isso que Van der Sar foi o melhor dos ingleses, é por isso que a máquina de Jesualdo Ferreira criou imensas oportunidades de golo, é por isso que não se deixou abater pelas armadilhas da fortuna.
Num quadradinho da história sem direito a destaque, Rooney fez de bad guy e aproveitou-se de um azar de Bruno Alves para desenhar um empate mentiroso. Sorriso trocista, cerca de 70 mil realizados com a maldade, pancada no estômago dos bons. Insuficiente para os derrubar, ainda assim. Mesmo que o destino parcial alimentasse a fúria caseira, numa reentrada para a segunda parte que poderia abater o herói comum.
Os super-heróis, porém, são de outra estirpe. E, da mesma forma que encantam, também sabem sofrer e apelar a inteligência, dando o corpo a todas as balas. A segunda parte do F.C. Porto misturou um pouco de todo. Os desenhos não foram tão rebuscados, mas foram empolgantes. Tevez quis roubar o colorido e até o árbitro contribuiu para os comics. Tudo bem. O fim era previsível. Sorriem os bons.
Ferguson lançou o argentino à espera de algo. Tevez começou por fazer uma grande penalidade sobre Hulk que o árbitro austríaco não quis sancionar e acabou a gritar com espavento. Afinal, se o United tivesse triunfado por 2-1, os maus teriam derrubado os bons. O que é raro, mas por vezes sucede. Mariano não quis, o público azul não quis, os portistas não quiseram. Esta história é para continuar. E os super-heróis costumam fazer-nos sonhar.

(in: fcporto.pt)